O Procurador-Geral da República pediu esta quarta-feira atenção redobrada para os problemas de segurança nos tribunais, uma vez que "tem sido dada alguma, mas mostra-se que não é bastante".
Pinto Monteiro falava à margem de um encontro com magistrados do Ministério Público dos círculos judiciais de Guarda, Covilhã, Castelo Branco e Seia. A reunião realizada no Fundão destinou-se a analisar o exercício da actividade. Questionado sobre a segurança nos tribunais, Pinto Monteiro referiu: "Cada vez há maior insegurança em toda a Europa e nós não somos uma ilha". "Não podemos estar aqui a pensar que somos uma excepção ao que acontece", sublinhou. O PGR referiu, também, que a insegurança nos tribunais já não é de hoje, ilustrando com casos de "há 15 ou 20 anos atrás". "Fui juiz no Palácio da Justiça em Lisboa durante 13 anos e quando lá estava lembro-me de dois ou três colegas ficarem sem o casaco que deixaram no gabinete quando foram à casa-de-banho. Isso é uma história antiga", referiu. "Problemas de segurança nos tribunais sempre houve", acrescentou. "Com os tempos que correm, é necessária atenção redobrada a isso. Tem sido dada alguma, mas mostra-se que não é bastante. Mas penso que o Governo está atento a isso", concluiu. O secretário de Estado adjunto e da Justiça assegurou no dia 23 deste mês, após uma reunião com dirigentes da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), que o investimento global para melhorar a segurança dos tribunais é superior a oito milhões de euros. "É um investimento jamais realizado no país neste domínio", disse Conde Rodrigues, que esteve reunido com uma delegação da ASJP, presidida por António Martins, para discutir, entre outras questões, o problema da segurança nos tribunais. Conde Rodrigues sublinhou que a "preocupação" do Governo é "semelhante" à da ASJP em matéria de segurança dos tribunais, apontando medidas que estão a ser criadas nesse campo, designadamente detector de metais, videovigilância, contratação de segurança activa e instalação de alarmes. Agressões e ameaças a juízes e assaltos a caixas de multibanco instaladas nos tribunais são alguns dos casos ocorridos nos últimos tempos nestes edifícios, onde nem sempre existem detectores de metais ou pessoal qualificado para fazer segurança.
in JN
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